Na metade da década de sessenta, Fernandópolis sediou uma das fases dos Jogos Abertos do Interior. Lembro que foi a primeira vez que tive oportunidade de acompanhar de perto competições pouco familiares para mim, naquela época, e a dúvida que fica é se os jogos foram em 65 ou 67. A cidade foi invadida por festivas caravanas de atletas de dezenas de cidades de toda a região Araraquarense.
Os Jogos Abertos, devido a grande competitividade entre as cidades, reservadas as devidas proporções, lembram de perto o espírito olímpico e sediar tamanho evento foi um grande acontecimento. No antigo estádio municipal “John Kennedy” aconteceram as provas de todas as modalidades de corridas com e sem obstáculos, revezamentos, provas de saltos em distância, salto em altura e salto com vara, arremesso de dardos, de peso e a competição de ciclismo, vencida pela famosa e respeitada equipe de Araraquara.
Nas quadras e piscinas da antiga ADF, que depois mudou de nome para Tênis Clube, aconteceram as disputas de natação, jogos de vôlei, basquete e tênis de quadra. E no salão do FEC, no centro da cidade, as partidas de tênis de mesa. Lembro que os jogos ocorreram durante as férias de julho e as escolas locais serviram de alojamento para os atletas e dirigentes das equipes visitantes.
Fernandópolis, desde que me conheço por gente, sempre se destacou nos esportes de um modo geral e no passado tivemos grandes times de basquete, no tempo que o esporte era conhecido como “bola ao cesto”. Será que você ainda se lembra da quadra do antigo Instituto de Educação, noprédio da Libero de Almeida Silvares e da quadra central que havia na rua Rio de Janeiro, esquina com a Av. Amadeu Bizelli, onde hoje funciona uma das agências do Banco do Brasil?
Mas a maior façanha e consagração do nosso basquete, foi a histórica conquista das meninas que em 69 sagraram-se campeãs estaduais, com direito a desfile pelas ruas da cidade em carro aberto do Corpo de Bombeiros. As meninas comandadas (como mostra a foto) pelo técnico Anésio e na comissão técnica, Osmundo Dias de Oliveira, Querton Ribamar do Prado, Ilda Flores e Marly, eram Leila Manttovanni, Maria Célia Salione em pé. Agachadas: Uzenir,a “Usa” - melhor jogadora do time e cestinha dos jogos, Régia , Mariangela, Bebel Garcia Stroppa, Cibele do Carmo. Elas eram verdadeiras ferasdo “bola ao cesto” e treinavam prá valer com o time masculino do Instituto de Educação e acredite, ganhavam sempre.
Ainda no final da década de sessenta, os Jogos Intercolegiais movimentavam o meio estudantil e a cidade se mobilizava acompanhando de perto as empolgantes disputas entre as escolas. O antigo Instituto de Educação, hoje EELAS era o bicho papão em quase todas as modalidades.
Em 70 eu estudava no Colégio Estadual, hoje “Afonso Cáfaro” e formamos de improviso um time de basquete e de vôlei para disputar os jogos daquele ano. Eram jogos eliminatórios, tipo mata-mata e no basquete tivemos o azar de enfrentar logo na estreia o todo poderoso Instituto, na recém inauguradaquadra coberta deles. Foi um massacre impiedoso, histórico. Perdemos feio.
Dois dias depois havia o jogo de vôlei e de novo, saímos contra a temida equipe doInstituto, que igual no basquete, também tinha um timaço, quase que imbatível. Quando entramos na quadra, com nosso velho uniforme verde desbotado, fomos homenageados pela torcida com uma vaia histórica. Todo mundo achando que seria um novo massacre. E acredite se puder, o imponderável aconteceu, desbancamos os donos da casa. O esporte tem dessas coisas!
O tempo passou e na década de 80 nascia a Associação de Judô de Fernandópolis, que conduzida com maestria pelo professor Mazinho e a diretoria ao longo de 36 anos é tão rico, que prometo tratar o assunto em uma página especial. A história do nosso judô é muito rica para ser tratada em um citação de tão poucas linhas. E mais tarde surgia a também a APAB ,comandada pelo Diguinho e que ao longo dos anos vem resgatando também os áureos tempos do nosso basquete.
Também merece destaque o futebol,e mais que isso,apoio e atenção o excelente trabalho que vem sendo realizado pelo coordenador Viriato Mendes e o técnico Juninho Paulista do Fefecê, trabalhando com atletas sub-20, disputando a primeira divisão do Campeonato Paulista de Futebol. O time formado por pratas da casa e de cidades da região, hoje está na segunda colocação de seu grupo, estando atrás apenas do Mirassol e a frente da Ferroviária de Araraquara, Votuporanguense, São Carlos, Velo Clube, Barretos e outras importantes cidades. Passando para a próxima fase, pode bater de frente com os chamados grandes do futebol como Palmeiras, Corinthians, Santos e São Paulo.
E só prá animar a torcida do Fefa, na abertura do campeonato, lá na Arena Plínio Marin, a molecada do filhote da Águia Azul e Branca, enfiou 4 a 0 na Votuporanguense. Esse time precisa do apoio do torcedor, porque com certeza, será o time base do Fefecê no ano que vem.
E agora, por último, como estamos em tempos olímpicos, também merece muita comemoração e festa a conquista da delegação fernandopolense que sagrou-se campeã da segunda divisão dos Jogos Regionais, encerrados na semana passada em Araçatuba.No ano que vem, Fernandópolis estará de volta à divisão de elite do esporte paulista. E prá finalizar, apesar da sofrível estreia da nossa seleção de futebol, vamos adiante. Semana que vem tem mais. Até lá.