Gustavo Jesus

Apesar do fator pandemia do coronavírus estar no centro das discussões ao redor do mundo, principalmente agora com a chegada da segunda onda de contaminação na Europa, o assunto não tem tomada a atenção dos postulantes a chefia do Executivo em Fernandópolis.

A reportagem indagou os três candidatos a prefeito do município para saber suas opiniões sobre o comparecimento do eleitorado às urnas na eleição de 15 de novembro. Pessuto, Henri e Colombano foram unânimes em dizer que esperam uma votação parecida com os últimos anos (ver quadro).

HISTÓRICO

Nas duas últimas eleições os eleitores que participaram da votação somaram aproximadamente 80% do eleitorado. Em 2012, mais de 40 mil eleitores se dirigiram às urnas, com 36.637 votando em algum candidato ou legenda. Como a candidatura de Carlos Lima foi indeferida, a reportagem considera os votos para vereador.

No pleito passado, em 2016, 39.048 eleitores compareceram aos locais de votação e despejaram 35.731 votos. A taxa de comparecimento nessa eleição foi de 76,09%, número abaixo dos 80,27% de 2012.

No pleito municipal de 2016 o índice de abstenção ficou em 17,58%, consolidando um crescimento médio de aproximadamente 3% de 2008 a 2016. Em Fernandópolis houve 23,91% de ausentes, número maior que a média nacional.

Agora, em pleno surto pandémico, o número de eleitores que se ausentarão das urnas eletrônicas promete ser recorde, apesar das campanhas da Justiça Eleitoral e do esforço dos candidatos.

Pesquisa divulgada pelo site Poder 360 (www.poder360.com.br) em parceria com o Grupo Bandeirantes mostra que 46% dos entrevistados consideram ser arriscado ir votar; outros 10% já tinham baixado o aplicativo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para justificar o voto.

Os dados foram coletados de 12 a 14 de outubro, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 503 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

OPINIÃO DOS CANDIDATOS SOBRE A INTERFERÊNCIA DA PANDEMIA NA VOTAÇÃO

ANDRÉ PESSUTO (DEM)

Devido à pandemia do novo coronavírus existe a expectativa sobre o comparecimento do eleitor às urnas no pleito de 15 de novembro.

- Qual a expectativa do candidato sobre o comparecimento do eleitor?

Estamos percebendo nas últimas eleições que o número de abstenção vem aumentando. Esse fato ocorre em todo o território nacional. Acredito que para o dia 15 de novembro, o índice deve ficar na mesma faixa da última eleição municipal em 2016. 

- Qual a projeção que o candidato faz baseado em sua expectativa?

Acredito muito que a maioria dos eleitores já estão convictos de seus votos, e esses sem dúvidas irão comparecer. Os indecisos acabam optando na última semana em quem votar e acreditamos muito no entendimento da maioria pela continuidade do nosso trabalho. Estamos numa crescente e tenho a convicção que na reta final o crescimento vai ser ainda maior.

- Como vai ser o trabalho para incentivar o eleitor do candidato a comparecer na votação?

O nosso eleitor, ou seja, aquele que vota no André, já está certo do seu voto e da sua intenção. Ele quer a continuidade do trabalho, ele quer ver a cidade prosperando, liderando, então esse incentivo ao eleitor já é natural e ele vai comparecer. Ele vai votar pela convicção em nosso governo. Com relação ao eleitor indeciso, estamos mostrando através do programa eleitoral no rádio, no plano de governo, nos informativos, na LIVE25, o que é melhor para a cidade. O eleitor está comparando e acreditamos que ele vai entender a importância do voto no dia 15.

HENRI DIAS (PTB)

- Qual a expectativa do candidato sobre o comparecimento do eleitor?

Fala-se muito em virtude da pandemia, que a população deixará de votar, entretanto, acredito que é um fato totalmente novo e impossível de prever. Eu, particularmente, acredito que as pessoas vão comparecer às urnas porque a eleição municipal toca cada um, todo mundo tem vontade de se manifestar, tem ligação com os candidatos e querem votar.

- Qual a projeção que o candidato faz baseado em sua expectativa?

Estamos reforçando nossas propostas e orientando sobre os corretos protocolos de segurança na hora de votar. Não podemos permitir que a desilusão com a própria política e o medo do contágio impeça a consolidação da democracia.

- Como vai ser o trabalho para incentivar o eleitor do candidato a comparecer na votação?

Temos candidatos a vereadores de todos os bairros, eles conhecem os locais de votação, e estão fazendo uma ampla divulgação do plano de segurança para as votações. Sem contar que a Justiça Eleitoral está tomando todas as providências para proteger a saúde de todos nas eleições deste ano, assim vamos garantir o direito dos cidadãos fernandopolenses de escolherem seus representantes com tranquilidade.

 RENATO COLOMBANO (Republicanos)

- Qual a expectativa do candidato sobre o comparecimento do eleitor? 

Nossa expectativa é muito positiva. Onde estamos conversando, nos bairros, nos comércios, nas indústrias, a gente percebe que o eleitor está animado para votar. Claro que todos têm que ter o cuidado, usar máscara, passar álcool em gel, para comparecer e votar. Mas percebemos que a população está animada e quer a mudança. 

 - Qual a projeção que o candidato faz baseado em sua expectativa? 

A mais positiva possível. Sabemos que estamos enfrentando essa pandemia. É um processo muito complicado. Porém, a expectativa com a população, com os eleitores, é muito positiva. Percebemos que Fernandópolis possui dois grupos políticos há mais de 20 anos disputando o poder e isso, ao longo das últimas eleições, acabou desanimando um pouco a população a votar. Porém, com a alternativa de voto, saindo desses dois grupos, quebrando esse ciclo, percebemos que o eleitor se animou a votar nessas eleições.

 - Como vai ser o trabalho para incentivar o eleitor do candidato a comparecer na votação? 

Estamos tentando incentivar os eleitores com visitas nos bairros, nos comércios, nas indústrias, pedindo ao eleitor que ele vote. Além dos vídeos que estamos fazendo nas redes sociais para que o eleitor compareça. Que ele não deixe de votar. Afinal de contas, se ele deixa de votar, o candidato será escolhido sem ele comparecer, sem ele escolher o próximo prefeito e os vereadores. Então, estamos fazendo um trabalho nas redes sociais para que a gente possa diminuir o impacto da ausência dos eleitores nas eleições de 2020.