PF faz apreensão resultante de operação Torre Eiffel. Foto: Divulgação / PF-Jales
Da Redação
A Policia Federal (PF), através da unidade de Jales, divulgou na manhã desta sexta-feira, 01/12/2023, nota oficial atualizando os dados referentes a Operação Torre Eiffel, que teve como objetivo desarticular organização criminosa que atua no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em várias cidades do interior de São Paulo, bem como em outras cidades de Minas Gerais e Santa Catarina.
- Todos os presos na operação continuam detidos em centros de detenção. Ninguém foi solto até o momento;
- Na tarde de ontem, três embarcações foram apreendidas em Santa Fé do Sul, sendo duas lanchas com compartimentos dormitórios suíte e um jetski com valores totais estimados em mais de um milhão de reais. A diligência no local da apreensão contou com o apoio da Polícia Militar Ambiental;
- Entre todas as armas apreendidas, A PF confirmou com o Exército que um dos presos é CAC e que seu acervo de cinco armas foi apreendido na Operação Torre Eiffel. O Exército será oficiado e tomará as medidas cabíveis relacionadas ao CAC do preso e as armas permanecem apreendidas;
- Na tarde de ontem, três veículos do líder do grupo, com valores estimados em mais de um milhão de reais no total foram encaminhados da PF em São José do Rio Preto para a PF em Jales, onde permanecerão apreendidos com outros veículos para serem periciados no interesse das investigações:
- Uma farta quantidade de documentação e equipamentos eletrônicos entre celulares e computadores foram apreendidos e serão analisados e periciados pelos federais com o objetivo de coletar informações que colaborem com as investigações e eventualmente identifiquem outros envolvidos na organização criminosa atuante no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em investigação.
A operação
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 28/11/2023, a Operação 'Torre Eiffel' que tem como objetivo desarticular organização criminosa que atua no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em várias cidades do interior de São Paulo, bem como em outras cidades de Minas Gerais e Santa Catarina. Duzentos policiais federais, com o apoio da Polícia Militar de São Paulo estão cumprindo quarenta mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão temporária e onze mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça Estadual de Santa Fé do Sul/SP nas cidades de Jales, São José do Rio Preto, Monte Aprazível, Rio Claro, Piracicaba, Americana, Sumaré, Santa Bárbara d´Oeste e Guarujá, em São Paulo, além de Camburiú-SC e Catuti-MG.
Durante as investigações, a PF identificou um grande esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, que tinha como base o município de Santa Fé do Sul/SP, mas repercutia em outras cidades do interior paulista. Em Santa Fé do Sul, a PF identificou pelo menos duas empresas suspeitas (um hotel e um centro de beleza estética) que foram adquiridas pelo líder do grupo para a lavagem de recursos provenientes do tráfico de drogas. A esposa dele figura como sócia no CNPJ destas empresas, que tinham movimentação financeira atípica suspeita. Dois homens foram presos nesta cidade.
No município de Jales, as investigações demonstraram que o grupo tinha integrantes que “lavavam” os recursos financeiros ilícitos do tráfico em empresas de mototáxi e em um restaurante, além da prática de agiotagem e compra e venda de imóveis e veículos de luxo. Dois empresários foram presos. Em Votuporanga, a PF apreendeu veículos em uma revenda, que mantinha movimentação financeira com outro indivíduo que foi preso na cidade de Balneário Camboriú/SC, mas que administrava de lá vários pontos de vendas de drogas em Votuporanga/SP.
De acordo com as investigações, o núcleo de distribuição de drogas foi identificado como sendo a região de Piracicaba, Americana e Santa Bárbara d’Oeste/SP, região de origem do líder do grupo, que mudou a gestão da organização criminosa para Santa Fé do Sul/SP há pelo menos dois anos. Há poucos meses, após a apreensão de alguns carregamentos de drogas, ele mudou novamente de endereço para um condomínio de luxo em São José do Rio Preto/SP onde foi preso hoje juntamente com sua esposa.
De acordo com as investigações, estima-se que somente nos últimos dois anos, o grupo movimentou mais de R$ 50 milhões em transações financeiras, mobiliárias e imobiliárias relacionadas ao tráfico de drogas utilizando contas de empresas adquiridas pelo líder do grupo bem como em contas de “laranjas” da organização criminosa na compra e venda de bens móveis e imóveis. Dentre as formas de “lavar” o dinheiro do tráfico de drogas foram identificadas movimentações financeiras relacionadas a centros de beleza e estética, hotéis, concessionárias de revenda de veículos, empresas de mototáxis, açougue, supermercado, compra e venda de bens móveis, imóveis, entre eles uma cobertura no litoral, jet-skis, lanchas, joias, veículos de luxo e até mesmo o patrocínio de um time de futebol da região de Americana/SP.
As investigações também demonstraram a relação do líder do grupo com integrantes de facções criminosas. Entre os presos está a esposa do líder do grupo, que é advogada e acredita-se que ela utilizava a sua prerrogativa para atender aos interesses do marido e da organização criminosa principalmente relacionadas a alguns detentos vinculados ao grupo, que estão no sistema prisional paulista. Estas e outras informações serão aprofundadas com a continuidade das investigações.
Entre as buscas e apreensões autorizadas pela Justiça Estadual de Santa Fé do Sul/SP estão sendo apreendidos diversos veículos de luxo, recursos financeiros em espécie, joias, embarcações, bloqueios de contas bancárias e sequestro de imóveis urbanos e rurais relacionadas aos investigados e empresas identificadas durante as investigações. A maioria das apreensões das drogas do grupo durante as investigações foram realizadas nas cidades de Votuporanga e o principal entorpecente distribuído em pontos de vendas de drogas é a cocaína.
Os presos responderão por vários crimes relacionados ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro com penas máximas culminadas de até trinta anos de reclusão. Os presos serão conduzidos para unidades prisionais da região em que foram detidos. O material apreendido será levado até a sede da PF em Jales/SP, responsável pelas investigações, para serem analisados no interesse das investigações, que vão prosseguir objetivando identificar outros indivíduos envolvidos na organização criminosa.