Da Redação
A vitória do Novorizontino sobre o Ituano, nessa terça-feira, ampliou a série invicta do Tigre, que chegou a 12 jogos seguidos sem perder na Série B. O clube iguala sua maior sequência da história em Campeonatos Brasileiros, que havia sido na primeira fase da Série D de 2020.
De quebra, o Aurinegro chega aos 40 pontos e vira líder da Série B. Agora, seca Santos e Mirassol que ainda entram em campo pela 22ª rodada. Nessa terça, fez 1 a 0 no Ituano com gol de Lucca em partida difícil no estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte.
Após o jogo, o técnico Eduardo Baptista deu uma entrevista longa e marcante. O treinador fugiu do óbvio de coletivas de imprensa e analisou detalhadamente o tamanho do feito do time com folha salarial enxuta e em uma pequena cidade de 38 mil habitantes.
– Primeiro é valorizar, 40 pontos em um campeonato onde nós temos oito times com uma folha de pagamento cinco, seis vezes maior que a nossa. Nosso time não é o Flamengo, é um time simples, de caras trabalhadores e hoje era um jogo para ganhar. Tecnicamente as coisas não aconteceram, mas a gente sabe que essa equipe sabe sofrer e no momento a gente vai ajustar, então é mérito aos jogadores que se entregaram, lutaram e mesmo com um primeiro tempo com um bom nível técnico, não deixa de entregar, por isso o meu apoio e meu orgulho de ter esses jogadores, acho que precisa desse reconhecimento a esses atletas – destacou o técnico.
– Nós estamos na frente do Santos e a folha salarial deles é oito vezes maior que nossa folha. Estamos dois pontos à frente deles. As coisas não aconteceram e o ambiente da torcida foi hostil para nosso time. Nós sentimos nos jogando fora de casa em certos momentos. Tenho imenso respeito aos jogadores que temos – completou Baptista.
O treinador do Novorizontino também fez cobranças à torcida, que marcou presença com apenas 2,2 mil torcedores, mesmo com a campanha potente do time da casa. Eduardo Baptista também criticou as vaias a alguns jogadores, como Neto Pessoa, que saiu de campo com comemoração da torcida.
– Se todos querem que a gente suba, que seria uma proeza. Se é qualquer um dos times (Goiás, Sport, Coritiba), tinham 50 mil pessoas empurrando. A gente vem com 1,5 mil pessoas e precisamos disso. Se faltar isso para gente, vai faltar gasolina. Eu estou pedindo ajuda. É importante que o torcedor saiba quem é o Novorizontino dentro da Série B – opinou.
– É importante o torcedor valorizar cada um, da maneira de ser. É importante o torcedor aplaudir no momento de dificuldade. Nós precisamos desse apoio. Nós estamos com 40 pontos e há dois anos fez 40 pontos na última rodada e quase caiu para a terceira divisão. O Novorizontino passa por transformação e às vezes não vai ter jogo bonito. O torcedor precisa entender e nos apoiar que nós temos nossas deficiências – emendou Eduardo Baptista.
O Novorizontino chegou aos 40 pontos conquistados e está seis à frente do América-MG, primeiro time fora do G-4, mas que ainda joga na rodada. O Tigre do Vale manterá a liderança, caso Mirassol e Santos tropecem nesta quarta-feira. O Leão recebe o Botafogo-SP, enquanto o Peixe visita o lanterna Guarani.
O Aurinegro de Novo Horizonte volta a campo na próxima segunda-feira, às 21h, quando visita o Ceará, na Arena Castelão, em Fortaleza.
Eduardo Baptista, técnico do Novorizontino, na partida contra o Ituano — Foto: Pedro Zacchi/AGIF