Foto: Divulgação / Fonte: PMF

Da Redação

 Manhã de final de inverno na zona norte de Fernandópolis, 7 horas. O sol ainda se esconde atrás de umas poucas nuvens. Temperatura de 19 graus. Estamos na Academia Pública “Prof. Mário Aldo Tonissi”, no bairro CECAP. Essa academia é uma das duas da cidade que pertencem à municipalidade (a outra fica na Brasilândia). 

A maioria dos participantes já chegou. Agentes de saúde aferem a pressão arterial do pessoal. Hoje, todo mundo está apto. Quando alguém mostra alteração, aguarda-se um pouco, e novo exame é feito. Se o quadro estiver controlado, a pessoa pode fazer os exercícios. Caso contrário, é encaminhada ao postinho de saúde próximo. Esse procedimento ajudou a detectar vários casos de hipertensão ignorados pelos portadores.

Essa gente faz parte de um projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde, intitulado “Atividades Físicas nas UBSs”. Atualmente, há 18 grupos como este no município. Ana Júlia Caires liga música em seu celular, acoplado a uma caixa de som. Os acordes de “Voyage Voyage”, na voz da francesa Desireless, invadem a manhã. A malhação tem início.

CONSCIENTIZAÇÃO

 O servidor municipal Rodrigo Antônio Garcia, o “Diguinho”, que é um dos coordenadores do projeto, explica que os agentes de saúde, em suas visitas à população, divulgam o programa, enquanto que os médicos das unidades de saúde recomendam – muitas vezes, prescrevem – a participação nessa atividade. “Com isso, o número de participantes aumentou muito”, comemora “Diguinho”.

A presença feminina é preponderante: hoje, vieram 20 dos 25 integrantes do grupo. Apenas dois homens. Esse fenômeno deverá ser discutido durante a capacitação dos agentes que será realizada entre 1º e 5 de setembro. O “Atividades Físicas nas UBSs” tem um cronograma que a cada 90 dias é avaliado, recebendo alterações e ajustes, caso necessário.

Constam das atividades alongamentos, exercícios para aumentar a mobilidade, e os instrumentos usados são pesos, caneleiras, colchões e bastões – tudo para fortalecer a musculatura. A atividade é aberta aos agentes de saúde e aos moradores dos bairros do entorno da CECAP.

 “Diguinho” conta o caso de um homem do Jardim Paraíso que estava com as articulações entrevadas. Ingressou numa turma e hoje até dança.  

 Durante um pequeno intervalo, Fátima Campos, uma das participantes, declara que fazer os exercícios “tira todas as minhas dores”. Ao seu lado, Noêmia Maria Figueiredo Zarda concorda: “além da sociabilização que existe entre a gente, é grande o bem-estar físico e mental que sentimos. Participar desse projeto até controlou minha pressão arterial”. Três vezes por semana, as duas estão lá, assíduas.

Tânia Cristina Alves afirma que “participar do grupo e fazer os exercícios é o meu antidepressivo”. Ela valoriza o lado emocional, diz que sempre que sai da academia está bem melhor do que quando chegou. 

O grupo comemora os aniversários de quem nasceu no mês numa data pré-estabelecida. Até bolo aparece. O pessoal tem inclusive um grupo nas redes sociais.

Ana Júlia – aquela da música - é uma espécie de “monitora” do grupo. É ela quem comanda as atividades físicas. Mas nem sempre foi assim: “eu era uma pessoa sedentária”, conta. Depois que entrou para uma academia, ela percebeu que a atividade física jamais sairia de sua vida. Hoje, Ana Júlia tem o físico de uma atleta profissional. Já enveredou até pelo “crossFit”.

Oito horas. O sol saiu forte, esquentando a quadra e encerrando as atividades. Alguns irão para casa, outros para o trabalho. Todos sorridentes, com alguns gramas de peso a menos e muito mais endorfina no organismo. Até o próximo encontro na academia pública.   

Fonte: Secretaria de Comunicação de Fernandópolis