JUSTIÇA
Juiz e acompanhante são indiciados por homicídio contra ciclista
Juiz e acompanhante são indiciados por homicídio contra ciclista
Mas Polícia imputa crime culposo e não doloso e também por embriaguez ao volante
Mas Polícia imputa crime culposo e não doloso e também por embriaguez ao volante
Fotos: Reprodução / Facebook
Da Redação
A Polícia Civil de Araçatuba (SP) concluiu o inquérito sobre o atropelamento que resultou na morte da ciclista Thais Bonatti, de 30 anos, e indiciou o juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Júnior, de 61 anos, e a mulher que o acompanhava no veículo. Ambos vão responder por homicídio culposo (sem intenção de matar) e embriaguez ao volante.
O acidente ocorreu em 24 de julho, na rotatória da Avenida Waldemar Alves, quando Thais seguia de bicicleta para o trabalho. Segundo a investigação, o juiz dirigia sob efeito de álcool e com a mulher em seu colo no momento do atropelamento. Ele teria saído de uma boate instantes antes da colisão.
Testemunhas e laudos reforçam negligência
Testemunhas relataram que a caminhonete trafegava em alta velocidade e realizava manobras perigosas antes de atingir a ciclista. Algumas pessoas também afirmaram que a mulher estava com as mãos no volante no instante do impacto.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Guilherme Melchior, o inquérito reuniu novas provas técnicas que reforçam a gravidade da conduta do casal:
Embriaguez confirmada: embora o juiz tenha declarado ter ingerido “apenas duas cervejas”, o laudo pericial constatou a presença de álcool no organismo.
Manobra irregular: câmeras de segurança registraram o veículo entrando na contramão momentos antes do atropelamento.
Distração extrema: uma testemunha relatou que a mulher estaria nua e o juiz com a braguilha aberta, o que indica que o casal poderia estar em situação íntima durante a condução.
Ausência de frenagem: a perícia apontou que não havia marcas de freio na pista, sugerindo que o motorista não tentou evitar o impacto.
Prisão e medidas judiciais
Fernando Rodrigues Júnior chegou a ser preso em flagrante, mas foi libertado no dia seguinte, após audiência de custódia, mediante fiança de R$ 40 mil.
Após a soltura, o juiz aposentado teve a carteira de habilitação suspensa, além de estar proibido de frequentar casas noturnas e deixar a cidade sem autorização judicial.
A família da vítima, que trabalhava como auxiliar de cozinha, manifestou confiança no Ministério Público e espera que o caso seja reclassificado para homicídio com dolo eventual, quando o condutor assume o risco de matar ao dirigir sob efeito de álcool e de forma imprudente.
Defesas se manifestam
A defesa da mulher informou que aguardará o início do processo judicial para recorrer e tentar comprovar a inocência da cliente. Já o juiz aposentado, por meio de nota, lamentou a morte da ciclista e disse estar prestando apoio à família da vítima.