Da Redação
Uma polêmica envolvendo galinhas tem movimentado Votuporanga. É que a Câmara de Vereadores aprovou por unanimidade, na última semana, projeto que permite a criação de até três galinhas por imóvel urbano. O objetivo é ajudar a combater o aparecimento de escorpiões e outras pragas nos quintais da cidade.
O projeto é de autoria do próprio prefeito, João Dado. Com a aprovação, moradores como Edson Oliveira, 52 anos, podem ficar tranquilos com os bichos que criam no quintal. “Eu tenho galinha em casa desde que nasci”, disse o pedreiro, que sempre soube da ausência de leis que permitiam a criação dos animais na área urbana, mas mesmo assim criou os bichos.
“Sei que era errado, mas sempre tratei e cuidei e nunca passou doença para ninguém, pelo contrário, elas deixam o quintal limpo”, explicou Edson, que atualmente possui dois galizés e uma galinha. “Além de ajudar na limpeza, eu sou apaixonado pelo cantar dos galos. Eu amo eles”, disse.
No entanto, a permissão para a criação dos bichos possui algumas regras. De acordo com o projeto, cada residência poderá ter até três exemplares de galinha caipira, galinha de granja ou galinha-d’angola, além de até cinco pintinhos com no máximo 40 dias de vida. Outra ressalva que faz o texto é que os animais também não poderão ser criados dentro das residências ou em galinheiros, mas soltos nos quintais.
Polêmica
Desde que foi aprovada, a lei repercutiu em toda a cidade e região. Diversos moradores contrários e a favor à lei se pronunciaram nas redes sociais e comentaram sobre o assunto. O biólogo Felipe Ferrari Gallo se mostrou a favor. “A única coisa que consegue deixar um quintal limpo, melhor que qualquer veneno, é a galinha”, argumentou Felipe, que disse que ações como essa são importantes especialmente para eliminar escorpiões.
“Uma picada de escorpião não me mata, mas mata uma criança de 3 anos, então pode ajudar a fazer a diferença.” O principal motivo para os que ficaram contra, segundo Felipe, é a questão das fezes. “Cheguei a ler comentário dizendo que a cidade ficaria suja e cheia de fezes de galinha, mas é só cuidar e rastelar os restos. Não vejo mal algum”, disse.
Em nota, a Prefeitura de Votuporanga informou que o projeto tem como objetivo permitir um controle efetivo sobre o número de galinhas mantidas em quintais e não estimular a criação das aves, restringindo, portanto, a prática a até três galinhas e reforçou que a lei determina que os quintais sejam mantidos em condições adequadas de limpeza. Ainda de acordo com a Prefeitura, um estudo técnico mais detalhado foi solicitado por técnicos da Secretaria de Saúde do Estado e já está em andamento, podendo trazer alterações na lei.
(Fonte: Diário da Região).
O pedreiro Edson Oliveira, 52 anos, com um dos seus galos: ele diz que já criava galinhas mesmo antes da permissão