PANDEMIA
20 mil pessoas já acessaram site de recrutamento de voluntários para vacina chinesa contra coronavírus
20 mil pessoas já acessaram site de recrutamento de voluntários para vacina chinesa contra coronavírus
Apenas profissionais de saúde poderão participar do estudo. Inscrições começaram nesta segunda-feira (13)
Apenas profissionais de saúde poderão participar do estudo. Inscrições começaram nesta segunda-feira (13)
Da Redação
O site do governo de São Paulo – onde os profissionais da saúde devem se inscrever para participar dos testes da vacina contra a Covid-19 – tinha, até esta terça-feira (14), cerca de 20 mil acessos. Nove mil voluntários serão selecionados para para testar a vacina chamada de Coronavac.
Na sexta (3), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a nova etapa do projeto realizado pelo laboratório chinês em parceria com o Instituto Butantan. Apenas profissionais de saúde que estejam na ativa poderão participar do estudo.
Outros pré-requisitos são que os voluntários não tenham se contaminado pela Covid-19 anteriormente, mulheres não estejam grávidas ou planejem engravidar nos próximos três meses, e que os voluntários morem perto de um dos 12 centros de pesquisa que conduzirão o projeto.
Inscrição
O candidato entra no site, clica na opção "profissional da saúde, inscreva-se" e, depois, em "avaliação". Será necessário responder algumas perguntas e, no fim do questionário, é encaminhado para um dos sete centros de testagem de São Paulo.
Fábio Pawlyszyn passou na triagem e vai procurar a Universidade Municipal de São Caetano do Sul para continuar o processo. Ele coordena agentes de saúde que trabalham na linha de frente contra a Covid-19.
A faculdade deve receber os equipamentos do Instituto Butantan para começar a aplicar as doses. Leandro Prearo, reitor da universidade, afirma que os voluntários "vão tomar duas doses da vacina. Uma em um dia Z e, depois de 15 dias, outra dose" e serão acompanhados durante meses.
Terceira fase de testes
O governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (6) que o recrutamento de voluntários para a terceira fase de testes da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela farmacêutica chinesa de biotecnologia Sinovac deve começar a ser aplicada nos voluntários no dia 20 de julho.
"No mundo são 136 vacinas em desenvolvimento, 12 em estudos clínicos. Desses 12, apenas 3 estão na fase chamada fase 3. Então, a partir da aprovação da Anvisa, nós nos credenciamos como uma das 3 vacinas que têm grande chance de chegar ao público muito rapidamente", afirmou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
De acordo com o governo estadual, o Instituto Butantan está adaptando uma fábrica para a produção da vacina. A capacidade de produção é de até 100 milhões de doses. O acordo com o laboratório chinês prevê que, se a vacina for efetiva, o Brasil ficará com 60 milhões de doses para distribuição.
Etapas
Em nota, a Anvisa informou que as fases 1 e 2, feitas em humanos saudáveis e em animais, demonstraram bons resultados com o esquema de duas doses da vacina.
Este é o segundo teste de vacina contra a covid-19 liberado pela Anvisa no país. No dia 2 de junho, a Agência autorizou o ensaio clínico da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido.
CoronaVac
A vacina da Sinovac já foi aprovada para testes clínicos na China. Ela usa uma versão do vírus inativado. Isso quer dizer que não há a presença do coronavírus Sars-Cov-2 vivo na solução, o que reduz os riscos deste tipo de imunização.
Vacinas inativadas são compostas pelo vírus morto ou por partes dele. Isso garante que ele não consiga se duplicar no sistema. É o mesmo princípio das vacinas contra a hepatite e a influenza (gripe).
Ela implanta uma espécie de memória celular responsável por ativar a imunidade de quem é vacinado. Quando entra em contato com o coronavírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.
Cientistas chineses chegaram à fase clínica de testes – ensaios em humanos – em outras três vacinas. Uma produzida por militares em colaboração com a CanSino Biologics, e mais duas desenvolvidas pela estatal China National Biotec.