PIOR QUE OS SAN

Sujeira de queimada de cana aborrece fernandopolenses

Sujeira de queimada de cana aborrece fernandopolenses

Publicada há 9 anos





Por Jorge Pontes 


As partículas de palha da cana-de-açúcar queimada que viajam com o vento são minúscula, no entanto, ao chegarem em grande quantidade na casa das pessoas a decepção é gigantesca. É de tirar qualquer dona de casa do sério, logo após uma limpeza do quintal, varanda, enfim, e de repente ver que todo esforço foi em vão.
 Além do que, a sujeira proveniente da queimada de canaviais para facilitar a colheita é nociva à saúde humana.


 Esta semana a fuligem tomou conta de Fernandópolis. Acordar e ver a casa repleta de partículas pretas, que ao serem tocadas, se desfragmentam e se multiplicam em milhares de outras partículas, multiplicando também a raiva em ter que conviver com a situação.


 Embora as usinas preguem veementemente que apenas 10% de área no estado de São Paulo ainda não é mecanizada dispensando a utilização do fogo para facilitar o trabalho, fato é que as queimadas continuam ocorrendo. Atualmente, três usinas sucroalcooleiras atingem Fernandópolis positivamente, com a geração de empregos, mas também negativamente, com as queimadas da palha. São elas, a extinta UNP (Usina do Noroeste Paulista), hoje adquirida pelo grupo CofcoAgri, em Meridiano, a fernandopolense Alcooeste e a Bung, que fica em Ouroeste.

A reportagem de “O Extra.net” entrou em contato com cada uma delas mas só fomos atendidos pela Bung, que se comprometeu em dar uma resposta oficial sobre o assunto.


A queima da palha da cana causa polêmica há anos. A prática é usada para facilitar o corte manual da cana e estava autorizada até 2017 em áreas com até 150 hectares. Mas o Ministério Público Federal pediu no último mês de junho a proibição das queimadas pelo impacto do fogo no meio ambiente.

 No Facebook, muitos fernandopolenses expuseram a insatisfação com a sujeira causada pela fuligem, quem por incrível que pareça, tem sido maior que a “sujeira eleitoral” com santinhos e folhetos de campanha.

 “Neste exato momento, Fernandópolis (em grande parte) está sendo atacada pela fuligem da queimada de cana de açúcar.
 É muita irresponsabilidade da(s) usina(s).
 Duvido que alguma autoridade tenha coragem de ir agora fiscalizar as usinas. Eles dizem que não são as usinas, que são pessoas isoladamente que fazem isso. Mas tamanha proporção de fuligem não se dá por indivíduos comuns.
 Na verdade, segundo alguns colegas comentaram, as queimadas não estão proibidas, precisam apenas seguir certas normas. Mas duvido que sigam diante de tanta fuligem.
 Alguma autoridade, polícia ou candidato se arrisca a ir exatamente agora fiscalizar a(s) usina(s)???”, postou Rodrigo Valini.
 
 

 

Já a gerente administrativo Dirce Azadinho desabafou: 


“Dizem que tem LEI para não fazer mais queimadas. Cadê a fiscalização????? Vivem colocando fogo sem pensar nas pessoas alérgicas, nas casas que no final do dia as mulheres acabaram de limpar com roupas no varal. Enfim quem vai fazê-los cumprir a lei?”

 

 

 

SAÚDE

 

Devido a este fator, aumenta o impacto das queimadas em relação à saúde do homem. Os principais atingidos são idosos, crianças e asmáticos, todavia ninguém está isento de sofrer com a poluição. Os trabalhadores, que trabalham diretamente com a cana, são os que apresentam maior risco de câncer de pulmão e maior dificuldade em atividades diárias.

 

A poluição causa também o aumento da morbidade respiratória na medida em que há aumento da concentração de material particulado no ar, gerado pela queima da palha da cana-de-açúcar. Em épocas de queimadas, constata-se um crescimento considerável no número de consultas, atendimentos hospitalares, medicação e internações relacionados a problemas respiratórios, apontando então uma intrínseca relação entre queimadas nos canaviais e morbidade respiratória, bronquite crônica, enfisema e asma que sempre têm um agravamento dos sintomas nos períodos que coincidem com a queima da cana.

  


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