EDUCAÇÃO

Estudante é apreendido após ameaça de chacina em escola de Estrela d´Oeste

Estudante é apreendido após ameaça de chacina em escola de Estrela d´Oeste

Pânico na escola estadual Sílvio Mioto; em julho foi em unidade de Mira Estrela

Pânico na escola estadual Sílvio Mioto; em julho foi em unidade de Mira Estrela

Publicada há 3 semanas

Foto: Reprodução / Fonte: Facebook

Da Redação

A tranquilidade da comunidade escolar de Estrela d’Oeste, na região de Fernandópolis, foi abalada nesta semana após um grave episódio envolvendo um estudante de 13 anos da Escola Estadual Sílvio Mioto. O adolescente teria publicado nas redes sociais mensagens ameaçadoras, prometendo uma suposta “chacina” e mencionando nomes de colegas e até da diretora da unidade.

De acordo com informações apuradas, o aluno chegou a levar uma faca escondida na mochila, embora não tenha feito uso da arma. As postagens rapidamente se espalharam entre os estudantes, provocando pânico entre pais, alunos e funcionários.

Medidas legais

A Polícia Militar e o Ministério Público foram acionados e agiram de forma imediata, apreendendo o menor e o objeto. O estudante, que possui laudo médico e acompanhamento especializado, foi afastado das aulas por dez dias. O caso está sob acompanhamento do Conselho Tutelar e do SAMU, que prestam apoio psicológico e social.

Mesmo com as medidas adotadas, a tensão permanece entre as famílias, que temem o retorno do aluno à rotina escolar. Até o momento, a direção da escola e a Diretoria Regional de Ensino ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o episódio, que segue sendo investigado pela Delegacia de Polícia de Estrela d’Oeste.

Caso semelhante em Mira Estrela

O episódio em Estrela d’Oeste acontece apenas três meses após um caso semelhante ser registrado em Mira Estrela, município vizinho. Em julho, a Polícia Civil, com apoio do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) da Polícia Civil do Paraná, cumpriu mandado de busca em Curitiba durante as investigações de ameaças de atentado contra uma escola estadual da cidade.

As mensagens, publicadas de forma anônima nas redes sociais, causaram grande apreensão entre a comunidade escolar. As investigações levaram à identificação de uma adolescente de 17 anos, que confessou ser a autora das postagens. Ela alegou ter agido motivada por episódios de bullying sofridos na escola. Durante a operação, celular e tablet usados para enviar as ameaças foram apreendidos. Apesar da gravidade das mensagens, a polícia concluiu que não havia plano concreto de ataque.

Alerta e cobranças por mais segurança

Com os recentes episódios, cresce a preocupação em torno da segurança nas escolas públicas do interior paulista. Pais e educadores têm cobrado do Estado ações preventivas, como monitoramento das redes sociais, ampliação do apoio psicológico aos alunos e presença mais constante de equipes de segurança e orientação educacional.

Segundo especialistas em comportamento infantojuvenil, ameaças escolares costumam refletir problemas emocionais e sociais profundos, como isolamento, bullying e falta de suporte familiar. “É preciso tratar esses casos com seriedade, mas também com empatia e acompanhamento multidisciplinar, evitando tanto o pânico quanto a negligência”, afirma a psicóloga educacional, Maria Eugênia Leme.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo foi procurada para comentar as medidas de segurança adotadas nas escolas da região, mas ainda não se manifestou até o fechamento desta matéria.

Protocolo 179 da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo

A Secretaria estadual já dispõe de um documento interno chamado “Protocolo 179 – Procedimentos de Segurança, Convivência e Proteção à Vida em ambientes escolares”, que define orientações para situações de urgência e emergência nas escolas estaduais.

Entre as medidas previstas estão:

  • Adoção de videomonitoramento nas escolas, com orientação para preservação das imagens e encaminhamentos adequados.
  • Uso de “botão de pânico” integrado ao aplicativo de diário de classe e à Secretaria Escolar Digital (SED), que permite acionar a Polícia Militar em casos de urgência. O sistema prevê contagem regressiva de 5 segundos para cancelar acionamentos acidentais.
  • Registro da ocorrência em plataforma estadual (PLACON ou equivalente), acionamento do Conselho Tutelar, oferta de acolhimentos psicológico-educacionais e contato com diretores e supervisores responsáveis.
  • Encaminhamento de casos para análise pela Diretoria de Ensino, bem como eventual abertura de apuração interna, preservando os direitos dos estudantes, inclusive nos casos infracionais.

Esse protocolo demonstra que o Estado já possui instrumentos formalizados para lidar com situações de risco em unidades escolares.

A direção da escola e a Diretoria de Ensino ainda não emitiram comunicado oficial sobre medidas que serão adotadas.

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