PESCA
Pescador fisga tucunaré albino nos Grandes Lagos do Noroeste Paulista
Pescador fisga tucunaré albino nos Grandes Lagos do Noroeste Paulista
Espécie rara desperta atenção de biólogos e pescadores pela coloração branca e mutação genética incomum
Espécie rara desperta atenção de biólogos e pescadores pela coloração branca e mutação genética incomum

Foto: Reprodução / Fonte: Rubinéia-SP
Da Redação
Um pescador - cuja identificação ainda não foi oficializada - flagrou um fenômeno raro nas águas dos Grandes Lagos, em Santa Clara d’Oeste, no Noroeste Paulista: um tucunaré albino, peixe de ocorrência extremamente incomum, foi fisgado no último fim de semana e devolvido ao rio após o registro do feito.
A captura, que rapidamente se espalhou pelas redes sociais e grupos de pesca esportiva, ocorreu em uma das áreas mais conhecidas do complexo formado pelos rios Grande e Paranaíba, que se unem para dar origem ao Rio Paraná, na divisa entre São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A região é considerada um dos principais polos nacionais de turismo de pesca e lazer náutico.
De acordo com especialistas, o tucunaré albino apresenta uma mutação genética que impede a produção de melanina — pigmento responsável pela coloração natural da pele e das escamas. O resultado é um corpo completamente branco, com olhos avermelhados, característica típica de indivíduos com albinismo.
Segundo o biólogo Carlos Henrique Furlan, pesquisador em ictiologia da região de São José do Rio Preto, o surgimento de peixes albinos em ambientes artificiais pode estar ligado à redução da variabilidade genética.
“Em represas e lagos onde há reprodução entre indivíduos aparentados, a consanguinidade aumenta a chance de mutações se manifestarem. O albinismo é uma delas”, explica Furlan.
Raridade
Por sua raridade, exemplares albinos despertam grande interesse entre pesquisadores, pescadores esportivos e aquaristas, embora a comercialização seja ilegal. Especialistas reforçam a importância de devolver o animal ao ambiente natural após o registro da captura, preservando o equilíbrio ecológico das represas e o papel do tucunaré como espécie predadora de topo.
Nos últimos dias, outros registros semelhantes chamaram atenção. Em São Simão (GO), um tucunaré albino também foi capturado, e nas redes sociais o influenciador da pesca @mrgoreupego, conhecido pelo bordão “Góreupégo!”, publicou a foto de um exemplar idêntico fisgado recentemente.
O episódio reforça a curiosidade sobre o fenômeno genético e confirma que os Grandes Lagos do Noroeste Paulista continuam sendo um dos principais cenários brasileiros para registros de biodiversidade aquática e pesca esportiva.
Entenda o que é o albinismo em peixes
O albinismo é uma condição genética causada pela ausência total ou parcial de melanina, pigmento responsável pela coloração da pele, escamas e olhos. Nos peixes, essa mutação deixa o corpo esbranquiçado e os olhos avermelhados.
Embora rara, pode ocorrer em diversas espécies, tanto em ambientes naturais quanto em represas. Em locais com pouca variabilidade genética — como lagos artificiais ou criações controladas — a chance de surgirem indivíduos albinos é maior.