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Criador de gado “gourmet”negocia com frigorífico de Fernandópolis

Criador de gado “gourmet”negocia com frigorífico de Fernandópolis

Ricardo Sechis, da Beef Passion, planeja transferir para a cidade o abate de seus animais reconhecidos internacionalmente pela alta qualidade

Ricardo Sechis, da Beef Passion, planeja transferir para a cidade o abate de seus animais reconhecidos internacionalmente pela alta qualidade

Publicada há 8 anos

Por Walter Duarte 


Não existe carne de primeira ou de segunda. Ou o boi é bom ou é ruim”. Esta é a frase que norteia o trabalho de Antonio Ricardo Sechis,criador de gado que está transformando o consumo de carne no Brasil. Ele é dono da marca Beef Passion, empresa que – por meio de melhoramento genético e um manejo animal completamente diferente de tudo o que se vê no Brasil – consegue uma carne macia e saborosa, independentemente do corte. E toda essa qualidade pode ganhar um tempero fernandopolense,em breve. O empresário negocia com um frigorífico da cidade para realizar seu abate.Hoje, os animais de Sechis são abatidos no frigorífico Olhos d’Água, em Ipuã. Para chegar ao local, eles viajam cerca de três horas entre a cidade e a fazenda do pecuarista, em Nhandeara.E é justamente esse período de tempo que o gado passa nos caminhões que o empresários espera diminuir.


Segundo pesquisadores que trabalham no manejo bovino, o stress sofrido pelo animal tem impacto direto na qualidade das fibras,tornando-as mais rígidas e secas.A diretora do grupo Beef Passion e filha do pecuarista,Amália Sechis, confirmou a negociação com uma empresa de Fernandópolis, mas não quis informar o nome dela, já que as negociações ainda não estão fechadas.“Pode ser nas próximas semanas,ou meses”, limitou-se a dizer.


TRATAMENTO VIP

Os estábulos da família Sechis lembram pouco uma fazenda convencional. A começar pelo tipo de animal criado. Ao contrário do que se vê na maioria das propriedades brasileiras, não há nelores(raça de origem indiana,país onde o consumo de carne bovina é mínimo). A genética do plantel se divide entre as raças Angus australiano e Wagyu Japonês.Os bebedouros são abastecidos constantemente com água mineral. 


Os estábulos são vaporizados com água para umidificar o ambiente e reduzir a sensação térmica.A dieta servida aos bois é balanceada e frequente para evitar o “envelhecimento”da comida no cocho. E tudo isso é completado por musicoterapia.O resultado de todo esse carinho é a presença, em praticamente todo o boi, de uma gordura entre as fibras, conhecida como marmoreio. É ela quem dá a maciez espera danos cortes tradicionalmente mais caros, como o filé mignon, em partes consideradas bem menos nobres, caso do acém.


Essa característica fez da marca uma das preferidas de chefs reconhecidos, como Alex Atatala. “A Beef Passion é a melhor carne do Brasil.Pena que o segundo lugar está tão longe”, afirma o cozinheiro em uma postagem nas redes sociais da empresa.Se o sabor da carne é perfeito,o preço é salgado. Os kits mais baratos vendidos pelas boutiques da Beef Passion giram em torno de R$80 o quilo.


Sechis (à esq.) segura um pedaço da sua preciosa carne de alta qualidade 



Diretora do grupo, Amália Sechis, ao lado do ‘chef’ Alex Atala 



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