CRUELDADE

Acusado de envenenar cães e gatos é preso após manifestações populares

Acusado de envenenar cães e gatos é preso após manifestações populares

Justiça acolheu pedido do MP que alegou isensibilidade e extrema covardia

Justiça acolheu pedido do MP que alegou isensibilidade e extrema covardia

Publicada há 3 horas

Da Redação

O homem acusado de envenenar animais em Jales - Ademar Bocalon Rodrigues - está preso. Ele foi detido pela Polícia Civil da cidade, após a Justiça Estadual decretar sua prisão preventiva, na última terça-feira, 21 de outubro, por ser apontado pela investigação como autor de uma série de envenenamentos de cães e gatos no bairro Jardim América. O caso, que causou forte comoção entre os moradores e ganhou repercussão nas redes sociais, foi conduzido pela Polícia Civil, sob coordenação do delegado Marcel Farinazzo, com apoio decisivo do Ministério Público Estadual, representado pelo promotor de Justiça Eduardo Hiroshi Shintani.

Investigação e prisão

Os episódios teriam ocorrido entre os dias 8 e 16 de outubro de 2025, segundo as apurações da Promotoria e da Polícia, quando diversos cães e gatos apareceram mortos nas ruas e quintais do bairro Jardim América, vítimas de envenenamento deliberado. De acordo com a investigação, o acusado utilizava um veículo VW Voyage branco de sua propriedade para se deslocar, transportando sacolas com alimentos contaminados que eram depositadas em calçadas ou quintais.

Câmeras de segurança registraram o veículo, o momento de descarte das sacolas e presença do suspeito; laudos veterinários apontaram intoxicação exógena — com convulsões, salivação excessiva e taquicardia — como causa das mortes. Os depoimentos das vítimas, identificadas pelas iniciais V. R. M. S., R. F. R., R. A. B. e R. G. S., descrevem o horror de ver seus animais agonizando pouco após ingerir as substâncias.

Isensibilidade e extrema covardia

No parecer, o promotor Eduardo Hiroshi Shintani destacou que o crime apresenta prova material robusta e indícios suficientes de autoria, o que fundamentou o pedido de prisão preventiva para garantia da ordem pública e prevenção de reiteração. O Ministério Público afirmou que Ademar Bocalon agiu com “absoluta insensibilidade e extrema covardia”, disseminando substâncias tóxicas por motivo de aversão à causa animal. Ressaltou-se ainda o risco de linchamento popular caso o réu ficasse em liberdade, dado o clamor social existente.

Além disso, foi apontada a existência de reincidência em crime doloso por parte do acusado, reforçando a necessidade da custódia. Também foi autorizada busca e apreensão domiciliar — para recolher possíveis substâncias tóxicas, sacolas plásticas, aparelhos celulares e outros objetos relacionados aos fatos.

Modo de operação

Conforme a investigação, a sequência dos atos é clara: por volta das 10h55 do dia 8 de outubro, o investigado saiu de residência carregando sacolas plásticas no carro; às 12h04, um cão ingeriu o conteúdo e morreu minutos depois. No dia 15, às 15h24, houve nova ação: outro cão vomitou fragmentos da sacola; às 15h26, novamente, o suspeito lançou outro pacote na Rua A. Paulo — resultando na morte de um gato e de uma cadela. As filmagens mostram o rosto do autor, a placa do veículo e o posicionamento próximo às residências-alvo.

Clique na imagem para assistir ao vídeo

Os laudos veterinários atestaram intoxicação exógena nos animais, com os sintomas descritos anteriormente.

Repercussão e reação popular

A crueldade dos atos provocou indignação em toda a cidade de Jales. Nas redes sociais, centenas de pessoas manifestaram repúdio; grupos de protetores de animais se mobilizaram; protestos foram organizados em frente à delegacia local, exigindo ação rápida e punição exemplar. O Ministério Público reconheceu a “efervescência social e sentimento de impunidade” existentes caso o acusado permencesse em liberdade.

Próximos passos

Com a prisão preventiva decretada e as medidas de buscas autorizadas, as investigações prosseguem sob acompanhamento do Ministério Público e da Justiça de Jales. O promotor orientou que todas as medidas sejam mantidas em sigilo até o cumprimento integral dos mandados — a fim de preservar a coleta de provas e evitar interferência externa.

Importância e mensagem

Este caso revela uma investigação tecnicamente organizada, conduzida com respaldo jurídico e social, e torna-se um marco no combate à crueldade contra animais na região. A prisão de Ademar Bocalon Rodrigues representa, para muitos, não apenas a punição de um crime bárbaro, mas a reafirmação da força da lei e do compromisso do Ministério Público com a defesa da vida em todas as suas formas.

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